Quando a luz estender a roupa nos telhados
E for todo horizonte um frêmito de palmas
E junto ao leito fundo nossas duas almas
Chamarem nossos corpos nus, entrelaçados,
Seremos, na manhã, duas máscaras calmas
E felizes, de grandes olhos claros e rasgados...
Depois, volvendo ao sol as nossas quatro palmas,
Encheremos o céu de vôos encantados!...
E as rosas da Cidade ainda serão mais rosas,
Serão todos felizes, sem saber por quê...
Até os cegos os entrevadinhos... E
Vestidos, contra o azul, de tons vibrantes e violentos
Nós improvisaremos danças espantosas
Sobre os telhados altos, entre o fumo e os cata-ventos.
(O Dia Seguinte ao Amor – Mario Quintana)
1 comment:
Mario Quintana sempre manda bem!
Adoro.
Boa escolha.
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