Monday, March 08, 2010

coisa da mulher... que eu sou!

Quinta-feira passada pela manhã a faxineira chegou e eu logo fui dizendo o que deve ser feito e como deve ser feito, tipo que produto usar para cada coisa, o que fazer primeiro estas coisas. Dei a ordem que eu costumo fazer, como se deve fazer e como eu gosto que fique, na minha cabeça dando o caminho das pedras, não sou profissional da limpeza, mas aprendi a fazer tudo direitinho (exceto passar roupas, coisa que odeio). Até ai tudo bem, mas ela me perguntou onde eu sabia tudo aquilo, a resposta é simples, pelo menos para mim “ me viro nos trinta e a minha mãe me ensinou” e ela com uma cara de espanto me diz “a minha filha eu não deixo que toque na vassoura, ela não lava uma louça, eu não deixo! Esta nasceu para casar com homem rico e ser princesa!”... Eu acho que fiz uma cara tipo “hã!?” meio indignada, mas segurei a onda e não disse nada, afinal, primeiro dia, deixa assim! Na volta tava tudo do jeito que eu queria e nada quebrado e tocado para de baixo do tapete! Mas aquilo da filha dela ser princesa ficou martelando e hoje me veio isso a cabeça.
A minha mãe me ensinou a fazer tudo dentro de casa (mesmo ela não sendo uma dona de casa). Além de dizer que estudar muito seria necessário. Como nunca me achei do tipo “gostosona ou sexy blonde” sempre soube que homem ricaço tarado, não era meu numero. E príncipe encantado existe só para belas adormecidas (a princesa, que precisa de um homem com o beijo mágico para acordar para a vida). Minha avó ensinou para a minha mãe que para saber mandar, deve-se saber fazer, eu cresci com esse valor por isso não me envergonho de ter que fazer o que se é necessário, mesmo que não tenha nada haver com o meu intelectual. Faço para mim não para os outros! Os afazeres de casa não me tornam uma mulher menos evoluída, menos independente e menos orgulhosa por aquilo que mulheres do passado lutaram e morreram para conseguir uma igualdade que ainda hoje não temos e nunca teremos (simplesmente, porque homem nenhum pode ter aquilo que ganhamos como presente divino, a maternidade).
Não gosto que as pessoas se sintam obrigadas a dizer “Feliz dia Mulher” ou “Parabéns pelo nosso dia” é muito chato. Ok, dia 8 de março tem um porque de existir, muitas coisas aconteceram no início do século passado para que essa data existisse. Mulheres que não foram criadas como a filha da minha faxineira e foram à luta e continuam indo. Porém, muitas vezes a essas que cabem as flores do dia 8.
A todas as mulheres, que não são princesas do imaginário popular (até porque Cinderela, Branca de Neve, Bela Adormecida e Lady Di, também colocavam a mão na massa de alguma forma!). Desejo que o nosso dia tenha razão de existir. Aquelas que lutam e fazem a diferença sem se importar de fazer o ordinário FELIZ DIA DA MULHER (enfim)!
...
Quanto à faxineira, vamos ver se ela confirma na quarta a próxima faxina.

1 comment:

Mari said...

Com o persão da expressão mas... pobre adora sonhar alto. A mulher é faxineira (não desmereço a profissão, mas sei que não é um trabalho valorizado financeiramente) e ainda ensina a filha a querer um homem rico pra bancar. Por favor... ai ai ai.... O que eu menos quero é que me banquem. Agrados são bons, mas ser independente é essencial. Do contrário é ser pau mandado toda vida.

Beijo!