Saturday, May 30, 2009

O metrô

Ontem (29/05) pela manhã tive um compromisso no centro de Porto Alegre, a melhor solução de transporte, sem dúvida alguma, sempre é o trem (não gosto muito da palavra metrô, nunca descobri se metrô é um apelido para metropolitano, no caso do nosso trem que não é nada subterrâneo). Simplesmente, porque dificilmente o trem para e tu acaba por te sentir bem feliz e contente, quando olha para os lados e vê as vias de trafego normais paradas ou extremamente lentas. Principalmente nos inícios de manhãs e nos finais de tardes, o trem é fantástico! Mas, hoje o dia foi especial, das coisas que aconteceram nos trajetos de ida e de volta...

1º (na ida) trem lotado pela manhã, a ponto de me sentir uma sardinha. O pior de tudo é que tu nem pode aproveitar para ler um livrinho e coisa e tal, porquê, se vai tão apertado, tão apertado, que se tu tirar um livro da bolsa, alguém vai ter que sair do vagão lá do outro lado, ou o trem pode parar, tipo Efeito Borboleta... Enfim é impossível se mexer, quanto mais ler! Então o que sobra é escutar uma música, mas não levei o radinho, porque morro de medo de ser roubada (mas juro que não terei mais). Então tu acaba pescando uma conversa daqui, outra dali e ai meu Deus, me socorre... cada coisa que se escuta! Meu mundo pelos meus fones de ouvido... é verdade daria o mundo para estar escutando algo bem desopilante como MGMT, Little Joy ou Marisa Monte (este último muito perigoso, porque sei as letras e o impulso natural é cantar junto, um perigo em lugares públicos).

2º(na entrada para a volta) olho para a Estação Mercado e ela continua em obras, e lá esta uma imensa quantidade de concreto e aço jogada fora. Um arco horrível, que não faz o mínimo sentido. Muito menos serve para abrigar o povo da chuva. Penso, quase pronunciando em voz “filhosdaputa... poderiam ter economizado este dinheiro e investido mais tarde em novas linhas ou, quem sabe em novos vagões”. Mas, este é só o meu ponto de vista. Já dentro da Estação, quase passando as catracas, recebo um flyer, geralmente costumo tocá-los fora na primeira lixeira, sem olhá-los. Porém, alguma coisa fez eu dar uma olhadinha nesse e ai esta, vale a pena! Este me trouxe um sentimento que ainda há solução. Então, segue abaixo o dito, quem puder e quiser, por favor apóie esta idéia (entrei na campanha, já!):




3º(na volta) entra um rapaz se anunciando “senhoras e senhores, ‘sou’ desempregado, não estou roubando, apenas pedindo, me tiraram o direito de trabalhar. Tenho 21 anos e sou HIV positivo. Tenho um filho de um ano que precisa da sua ajuda, ele precisa tomar um leite chamado Nan e bla bla bla” e ai segue além dos blás. Eu sei que este leite é caro, bastante caro, por sinal, o que ele pedia era sem lactose (quase cem reais a lata). Eu estava lá até então concentrada no meu livro (sim, na volta sempre se consegue um lugarzinho e se consegue ler, tricotar ou estudar!)... mas não consegui parar de pensar o quão desgraçada eu sou. Toda vez que penso em filhos, acabo por adiar mais um ano nos meus planos, já estou bem consciente que só vou tê-los lá pelos 30 e quase todos, se um dia os tiver. Jamais terei um filho, se não puder dar ao menos as mesmas coisas que meus pais me deram, isto é fato (salvo, se acontecer por um acidente)! O pior de tudo que sempre tive uma vida muito boa, isto aumenta o meu padrão de exigência, idealizo uma família como a minha, tradicional, pai e mãe casados, irmãos, cachorro e casa própria. As minhas chances são quase nulas... E faço questão do uso de camisinha, porque morro de medo de pegar qualquer doença sexualmente transmissível e ainda por cima tomo pílula, então um acidente tem quase 0,1% de chance acontecer. Mas volto ao pensamento ao rapaz que continua o seu discurso, ele poderia ter pegado umas camisinhas no Posto de Saúde, são de graça e ele não precisaria estar ali pedindo o leite, que o posto não fornece. Conclusão... Deise tu é uma idiota, todos os teus conceitos são idiotas. Porque, ser pobre é quase sinônimo de felicidade.

Hoje, com esta chuva não andarei de metrô, também com a água, acabaram os meus planos de final de semana na praia. O negócio é aproveitar o friooooooooooooooo, com chocolate quente e assistir quantos Indianas Jones eu conseguir. Oh, vida mais ou menos!

4 comments:

Lorenzo Tozzi Evola said...

eu sei bem as vantagens do Metrô (digo assim porque aqui também há trem, e é diferente). moro em São Paulo e sem metrô eu estaria perdido.

adorei seu blog. vou lê-lo com mais calma depois! :)

te achei procurando por quem gosta de A Primeira Noite de um Homem. Um beijo!

Mel said...

hahahaha...
que dias heim!
Mas pelo menos o chocolate quente salva...
Bjusssss

Lorenzo Tozzi Evola said...

esse fim do filme é realmente fantástico. aliás, o filme todo é um show. uma história de amor linda que não cai na pieguice.

para mim, a cena dele afastando o pessoal na igreja com uma cruz e usando-a depois para lacrar a porta é impagável!

pode me linkar sim. na verdade, ficaria muitíssimo agradecido!

estou gostando muito de seus escritos também.

um beijo!

Vitor said...

Tu tem sorte de não pegar os tarados do Metrô... hehehe